CIRCULAÇÃO CUTÂNEA
A coloração da pele depende do volume de sangue, e da saturação da oxiemoglobina. Quando a quantidade está baixa ela fica arroxeada, quando a saturação está alta ela fica avermelhada.
A coloração da pele depende do:
-Volume
-Saturação da oxiemoglobina
Nós temos os mecanismos vasoconstrictores, que é o Sistema Nervoso Simpático(SNS) e os hormônios adrenalina e noradrenalina. A adrenalina é vasoconstrictora cutânea, diferentemente no músculo que é vasodilatadora, por quê? Porque não tem receptor b2 nos vasos cutâneos, tem a1. A adrenalina estimula tanto b2 quanto a1, como b1. O músculo tem receptor b2 e dá vasodilatação. A adrenalina e a noradrenalina induzem a vasoconstricção.
Mecanismos vasodilatadores:
- Reflexo axonal
- Alguns hormônios como a bradicinina e a acetilcolina
Existe a nível cutâneo as glândulas, que são inervadas pelo Sistema Nervoso
Parassimpático (SNP) e a acetilcolina liberada além de produzir vasodilatação, também
libera bradicinina, que é vasodilatadora. Daí a vasodilatação faz com ocorra aumento
da área de troca e produção e eliminação do suor, já que o tecido cutâneo está
envolvida na preservação e conservação de calor.
- Outros vasodilatadores: metabólitos não identificados, o aumento de CO2 e a queda de
O2, a histamina e as radiações (raios X, raio ultravioleta e infravermelho) A radiação
atua diretamente na musculatura lisa provocando relaxamento.
Quando vamos a praia damos um estímulo na pele pela radiação, ocorrendo uma absorção
de calor que tem que ser dissipado, na realidade o sol lesa a pele. E a aquela
vasodilatação que ocorre nada mais é que liberação de histamina, pois é uma
agressão a pele, que só aparece depois do envelhecimento.
Na pele há uma resposta chamada resposta tríplice, por exemplo se pegarmos a nossa
pele e fazemos um estímulo(risco), a primeira coisa que ocorre é que o local que foi
riscado fica branco, pois ocorreu uma vasoconstricção (VC). O estímulo induz a uma VC,
depois fica um halo vermelho, que é vasodilatação. Pois com o estímulo o músculo
contrai e depois dilata. Em seguida sobe uma farpa(?), que por conta da vasodilatação
(VD) há extravasamento de líquido com edema. Essa resposta é reflexa axonal.
Tem reflexos que são mediados sem ser incorporados a nível central ,já que eu falei que
o controle do fluxo tem uma participação do hipotálamo ou do Sistema Nervoso Central
(SNC).
CIRCULAÇÃO CEREBRAL
O fluxo cerebral é da ordem de 15% do débito cardíaco de repouso, isso depende que o
fluxo cerebral seja da ordem de 750 mL/min. Uma característica interessante é que o
fluxo cerebral também não é uniforme, ele é maior a nível da substância cinzenta
(8mL/min/100g de tecido) e é menor a nível da substância branca (2mL/min/100g de
tecido).
Quando o indivíduo faz exercício o fluxo cerebral se mantém constante porque os vasos
cerebrais estão contidos numa calota óssea incompressível. Toda vez que temos aumento
de pressão no lado arterial, temos que ter diminuição do lado venoso para a pressão
não se alterar, então o fluxo cerebral é (auto capilar?????) na faixa de pressão de 80
a 180 (100 mmHg). Quando a pressão arterial média (PAM) varia, o fluxo é mantido
constante por esse mecanismo ( PA e ¯ lado venoso).
A relação fluxo cerebral versus pressão arterial é muito importante, pois permite que
se tenha um fluxo dentro desse contexto incompressível mantido constante, mesmo quando se
tem grande variação de pressão. Mas quando a pressão arterial cai (PAM abaixo de
15-20mmHg), se tem uma descarga maciça do SNS para tentar elevar a pressão arterial,
porque ele perdeu o mecanismo de auto-regulação. Essa auto-regulação não é bem
entendida nem acredita-se que tenha um componente miogênico importante.
Além dessa auto-regulação, há substâncias que também podem alterar o fluxo. Temos
uma regulação metabólica, que leva a VD, pelo:
- Aumento de PCO2
- Queda de PO2
- Aumento da concentração hidrogeniônica (H+)
- Aumento do potássio
Obs: Essas alterações no líquido cefalo raquidiano (LCR)
Dentre esses o mais importante é a hipercapmia (PCO2). O fluxo cerebral tende a
aumentar porque ocorre VD. O fluxo cerebral, além de não ser uniforme entre as camadas,
também pode ser regionalizado, isto é ele pode ser maior em determinada região do
cérebro quando esta está mais ativa naquele momento.
Em normocapmia é PCO2 normal, o seu valor no sangue arterial é em torno de 40 mmHg, em
hipercapmia o fluxo aumenta
CIRCULAÇÃO FETAL
Na circulação sistêmica do adulto: Não existe comunicação interatrial, pressão
no ventrículo direito menor que no ventrículo esquerdo, resistência vascular
sistêmica(RVS) é maior que a resistência vascular pulmonar(RVPulm), tem alta taxa de
fluxo (as duas circulações, sistêmica e pulmonar) e os pulmões funcionam.
Na circulação fetal existe uma barreira entre a mãe e o feto, isto é existe um
pulmão, que é a placenta. O feto recebe um baixo fluxo da placenta. Então ele vive
normalmente em hipóxia, ele recebe uma taxa de fluxo bem mais baixa do que teoricamente
precisaria. Os pulmões não funcionam, e isso implica na RVS seja menor que a RVPulm.
Como A RVPulm é maior, a pressão no ventrículo direito é maior que no ventrículo
esquerdo. Para compensar isto, temos comunicação interatrial e comunicação entre
artéria aorta e pulmonar e além dessa comunicação interatrial (forame oval) e entre a
artéria aorta e artéria pulmonar (ducto arterioso), temos uma comunicação entre a veia
umbilical e a veia cava inferior do feto.
Circulação fetal Circulação sistêmica adulto
PVS<RVPulm RVS>RVPulm
Comunicação interatrial Não existe comunicação interatrial
Comunicação entre a artéria aorta e artéria pulmonar Não existe comunicação entre a
artéria aorta e artéria pulmonar
PVD>PVE PVD<PVE
¯ fluxo fluxo
Pulmões não funcionam Pulmões funcionam
O sangue arterializado chega ao feto através da veia umbilical trazendo sangue
arterial (por isso não podemos conceituar artéria como vaso que leva sangue arterial e
nem veia como vaso que carrega sangue venoso, e sim artéria é todo vaso eferente e veia
todo vaso aferente). Esse sangue oxigenado penetra parte dele vai para o fígado e parte
dele vai para a veia cava inferior através do ducto venoso. Então o sangue da veia cava
inferior se junta com o sangue da veia porta através das veias suprahepáticas e esse
sangue agora que é um sangue misturado, chega ao átrio direito e se junta com o sangue
da veia cava superior, que é o sangue venoso coletado da cabeça e dos membros
superiores. A maior parte do sangue que chega ao átrio direito é desviada para o átrio
esquerdo, pelo forame oval.
Parte do sangue que fica no átrio direito, que não é expirado (??), vai para o
ventrículo direito e daí é bombeado para os pulmões através da artéria pulmonar.
Como os pulmões não estão expandidos a resistência é alta e o sangue é desviado para
a circulação sistêmica através do ducto arterioso (ou arterial).
O sangue que chegou do átrio direito para o átrio esquerdo é misturado com o pouco de
sangue que veio dos pulmões através das veias pulmonares e é lançado no ventrículo
esquerdo, daí sendo ejetado na artéria aorta. Esse sangue que sai da artéria aorta se
junta com o sangue drenado da artéria pulmonar e vai ser distribuído sistemicamente,
onde parte dele vai retornar a placenta através das artérias umbilicais, que são ramos
das artérias ilíacas
Então nós temos três acidentes geográficos na circulação fetal:
- Ducto venoso: comunicação entre a veia umbilical e a veia cava inferior
- Forame oval: comunicação interatrial
-Ducto arterioso: comunicação entre a artéria aorta e a artéria pulmonar
Existem evidências de que os vasos presentes no cordão umbilical são sujeitos a
vários (isquemicos??), eles contraem quando são tracionados (tração mecânica), quando
ocorre diminuição da tensão de O2 ou quando são liberadas algumas substâncias
vasoconstrictoras.
O nascimento do bebê repuxa o cordão umbilical e em humanos se faz o clampeamento. A
própria tensão de O2 pela expansão dos pulmões pode ser um fator que vai obliterar os
vasos do cordão umbilical.
Quando o bebê nasce a primeira coisa que ocorre é a ausência (diminuição) de fluxo
pela veia umbilical, diminuindo o fluxo que chega ao átrio. Ocorre portanto o fechamento
do ducto venoso. Ausência de fluxo (que leva a queda de temperatura corporal) juntamente
com a asfixia (o feto ainda não expandiu o pulmão, então falta O2, ele fica anóxico)
estimula centros respiratórios bulbares e isso leva a expansão do pulmão. A expansão
do pulmão acarreta na queda da RVPulm, associado a isso, a ausência de fluxo na veia
umbilical com a parada de fluxo das artéria umbilicais, pois o cordão umbilical cessa a
sua função, temos o fechamento das veias e artérias umbilicais. As artérias umbilicais
fechadas vai aumentar a RVS e há a diminuição da RVPulm. Então aquele desvio que
existe do átrio direito para o átrio esquerdo deixa de existir, pelo fechamento do
forame oval. Alguns livros dizem que no primeiro e segundo dia o ducto arterioso vai
fechando, fibrosa e depois desaparece, alguns livros dizem que até o décimo segundo dia
ainda se pode ter um sopro funcional pelo fechamento do ducto arterioso. O ducto arterioso
se fecha em função das alterações (aumento) de pressão de O2. Ele constringe,
esclerosa, ocorre vasoconstricção, forma um cordão fibroso e desaparece. Então na vida
intra uterina a parte esquerda do coração trabalha com baixa pressão e a direita com
alta pressão. Na vida adulta o esquerdo funciona com alta pressão e o direito com baixa.
O forame oval fecha nas primeiras horas. A persistência do forame oval, geralmente é
tratada com cirurgia, é uma alteração congênita. Se ocorrer persistência vai ocorrer
prejuízo hemodinâmico.
A taxa de oxigenação do feto é baixa e a sua hemoglobina fetal (HbF) tem alta afinidade
pelo oxigênio, muito maior que a hemoglobina A, do adulto, isso compensa, na realidade o
nascimento é um trauma muito grande.
Alterações circulatórias perinatais
- Ausência de fluxo na veia umbilical ® ¯ fluxo AD
- Fechamento do ducto venoso
- Asfixia + ¯ temperatura corporal ® estimula centros respiratórios bulbares ®
expansão dos pulmões ® ¯ RVPulmonar ® fechamento das artérias umbilicais ® RVS
- Fechamento do forame oval
- Fechamento do ducto arterioso (VC) (P O2)
Aula Gravada de Fisiologia
Profa:Denia - M3
Transcrita por: Tatiana Valerio
Data: 13/11/98
HIPERTENSÃO ARTERIAL (HA) - PARTE I
A pressão arterial (PA) é a força exercida pelo sangue na parede das artérias, a PA
é resultante da ejeção ventricular, cujo volume ejetado vai distender a artéria, a
artéria é elástica e ao se distender vai gerar uma pressão na parede da artéria, e
essa é a pressão sistólica (PS). Além disso, sabe-se também que ejeção vai originar
uma onda mecânica, que é a onda de pulso, que vai se transmitir com maior velocidade
quanto mais rígido o vaso se encontrar. A perda da elasticidade aumenta a velocidade de
transmissão...(a fita deu um problema, a pilha estava fraca e foi impossível entender as
últimas frases, parecia que a professora falava 1000 palavras por segundo)
...A artéria recua e vai espremer sangue para a periferia permitindo o escoamento e
...(..não deu para entender de novo, mas depois a voz voltou ao normal - eu acho que ela
terminou de explicar o esquema que tem na aula de Lincoln, com a artéria distendendo e
voltando)
Pressão arterial normal segundo a OMS:
PS<140mmHg
PD<90mmHg
...Outro valor que a gente pode trabalhar é a pressão arterial média (PAM), que pode ser calculada diretamente através de equipamentos ou pode ser calculada através de uma fórmula matemática desenvolvida a partir de cálculos, que é a seguinte:
Considerando cifras tensionais dentro do padrão da normalidade, a PAM diária é em torno de 100mmHg, A pressão arterial média é 93,3, se a pressão for 120 por 80, mais fez-se uma avaliação ao longo do dia é a PAM do indivíduo varia de 75 a 125, valor médio = 100mmHg.
A PA é influenciada por vários fatores:
- Atividade física: Há o aumento do consumo de O2 (V O2) e o V O2 é linear com o
débito cardíaco, se eu aumento o débito é lógico que a PA vai aumentar. Então toda
vez que o indivíduo faz atividade física a PA necessariamente tem que se elevar, se ela
não elevar o indivíduo não vai fazer adequademente aquela atividade, vai sentir tontura
e pode desmaiar, se não tiver uma resposta adaptativa ao exercício físico. Então
durante a atividade física o indivíduo torna-se hipertenso, daí a atividade física ser
um elemento muito importante para avaliar o sistema cardiovascular, através de testes
programados, controlados em laboratório, usando esteira, usando bicicleta ergométrica, e
outros procedimentos quando se quer avaliar a curva de ????
- Sexo: Até 10 anos atrás as estatísticas mostravam que as mulheres são protegidas do
ponto de vista cardiovascular em relação a homens na mesma faixa etária. A mulher se
torna potencialmente hipertensa quando ela entra na menopausa. Então durante toda a vida
hormonalmente equilibrada, ela tem uma proteção, então os estrógenos, os hormônios
sexuais femininos protegeriam a mulher, só que a mulher hoje em dia ela compete com o
homem pelo mercado de trabalho, isto acarreta na mudança desse perfil. Elas bebem, fumam
e trabalham exaustivamente, tendo poucos horários livres, pois a mulher tem que ser mãe,
profissional, dona de casa, mulher e outras coisas mais. Essa prevalência epidemiológica
no sexo masculino está mudando. A mulher usa anticoncepcional, então está entrando na
faixa do perigo cardiovascular
- Idade: Quanto maior a idade, maior é a perda de elasticidade. Embora isso hoje em dia
esteja mudando. Quanto maior a idade maior a tendência de se tornar hipertenso. Mas não
necessariamente todo velho é hipertenso.
- Hábitos alimentares: São extremamente importantes. Embora não se dê devido o valor o
alimento é um remédio. Os fast-food tiram a qualidade do alimento.
- Perfil familiar: Há famílias de obesos, famílias com indivíduos com alterações
metabólicas, com colesterol alto. São alterações genéticas.
- Raça: A raça negra é muito mais predisposta a um tipo de hipertensão chamada
hipertensão maligna, que é um quadro hipertensivo grave que não responde a tratamento
farmacológico. Então os negros são predispostos a serem hipertensos e a terem esse tipo
de patologia.
- Estado emocional: Indivíduos tornam-se hipertensos quando vivem uma situação
conflitiva. Depois de passada essa situação eles voltam ao normal. Quando a hipertensão
não tem causa ela é chamada de hipertensão primária ou essencial. A causa não é
orgânica, é ambiental.
- Estilo de vida: Há pessoas que bebem muito, fumam muito, comem muitas refeições
gordurosas, que não têm estilo de vida muito rígido.
- Profissão: Existem profissões que são extremamente estressantes, como controladores
de vôo, os pilotos de avião. O que predispõe a uma hipertensão. O cirurgião é um
hipertenso em potencial. Porque ele vive em estresse.
Fatores determinantes da pressão arterial (pode seguir o esquema da aula de Raquel):
A PA é determinada pelo produto do débito cardíaco (DC) pela resistência vascular
sistêmica (RVS). A RVS está diretamente relacionada a pós-carga e é influenciada por
fatores locais, a contração e relaxamento do vaso, aquela regulação miogênica e
fatores liberados pelo endotélio e substâncias que são liberadas pelo espaço
intersticial ou pela própria célula que vão dilatar-se, seria a teoria metabólica,
fatores neurais, onde o SNS é mais importante a nível periférico (cutâneo) e o SNS
colinérgicos a nível dos vasos da musculatura esquelética (vasodilata, vai alterar a
resistência e isso vai ter uma repercussão sistêmica, porque 55% da nossa massa
corporal é muscular) e fatores humorais, como os hormônios ADH, angiotensina e PAN que
vão alterar a RVS. E como as prostaglandinas, ou como fatores liberados pelo endotélio
ou trazidas na corrente sangüínea e as catecolaminas.
O DC depende do produto da freqüência cardíaca (FC) e do volume sistólico (VS). FC
depende da FC cardíaca intrínseca e da modulação do SNS, SNP e hormonal. O VS depende
do enchimento que está diretamente relacionado com a pré-carga, ou seja o retorno venoso
(RV). O RV depende da pressão atrial, contração muscular, esquelética, respiração;
ele está diretamente relacionado com a contratilidade e por sua vez é ela que vai
evitar(??) o esvaziamento. A contratilidade por sua vez vai depender da pré-carga, da
descarga simpática, da ação de hormônios e da pós-carga. Quanto maior a pós-carga,
maior é a dificuldade para o ventrículo esvaziar. Porque ele só vai poder esvaziar o
mesmo VS se ele aumentar a contratilidade. Se eu manter a contratilidade constante e
pré-carga constante e aumentar a pós-carga, o volume ejetado vai diminuir e o volume
residual no ventrículo aumenta, porque se eu estou ejetando menos eu vou deixar mais. Ele
só aumentaria se eu aumentasse a contratilidade
Mecanismo de regulação da PA:
- Mecanismos a curto prazo: Seriam os mecanismos neurais que induzem a liberação de
hormônios. A curto prazo, nós temos três respostas, a resposta do quimio
(quimioreceptor), do presso (pressoceptor) e a resposta isquêmica do SNC, aquela resposta
que quando a PA está lá embaixo você tem uma descarga simpática generalizada e o
reflexo pressoceptor é o mais importante.
- Mecanismos a longo prazo: Temos o rim controlando a volemia, mas teríamos também
hormônios liberados durante a descarga imediata, durante o controle neural. Vimos que
quando o pressoceptor não é estimulado, o SNS é ativado e pode dar respostas na
supra-renal, sobre os rins e sobre o ADH. Essa é uma das vias da liberação desse
hormônio, mas há outras vias. A renina é liberada por três estímulos: descarga
simpática (efeito beta adrenérgico), por queda na concentração de sódio na mácula
densa ou por diminuição da pressão de filtração glomerular. Um desses estímulos
neurais pode desencadear a resposta hormonal.
Os hormônios mais envolvidos são:
- Sistema Renina-Angiotensina-aldosterona (SRAA)
- ADH
- Peptídio atrial natriurético (PAN)
- Catecolaminas: Principalmente no controle a médio prazo, porque quando o pressoceptor
é estimulado, o SNS é liberado e as catecolaminas caem na circulação e vão aumentar a
PA.
O indivíduo é considerado hipertenso segundo a OMS quando:
PS ³ 160 mmHg e/ou PD ³ 95 mmHg
O indivíduo pode ser hipertenso tendo 165 por 90 ou 165 por 80 cronicamente. O
indivíduo é normotenso quando ele tem sistólica < 140 e diastólica < 90 mmHg e o
indivíduo que se encontra no intervalo entre PS ³ 140 e < 160 e diastólica ³ 90 e
< 95 é considerado limítrofe, ele nem é normotenso, nem hipertenso. Ele dependendo
do estímulo pode tornar-se normotenso ou hipertenso, ele é um grupo de risco para a HA..
A HA é um estado que tem que ser mantido, é a elevação crônica da PA, por isso que
não podemos diagnosticar uma pessoa com hipertensa tendo tirado apenas uma vez a PA dessa
pessoa. O aumento pode ser uma coisa momentânea, pois quando fazemos uma atividade
física nossa PS pode chegar a 160 mmHg, mas nem por isso somos hipertensos. A aferição
da PA tem que ser feita três vezes em diferentes momentos. Não se deve logo passar
remédio para o indivíduo e sim conversar e tentar mudar o estilo de vida dele, fazer ele
comer menos sal, ter hábitos alimentares mais saudáveis, caminhar e vir outro dia. Mas
se ele estiver realmente hipertenso, indicar uma droga para ele. Mas se oito dias depois
você percebe que a PA diminuiu, na primeira medida deu alta, mas na segunda já estava um
pouquinho mais baixa, deve-se solicitar que esse indivíduo faça uma monitorização de
longo prazo da PA, que é o MAPA.
A HP deve ser encarada como uma patologia que cursa assintomática e aí que está o
grande problema e ela é uma patologia que é responsável por um percentual muito grande
de mortes. Pois ela na realidade não tem cura, ela tem um controle. O indivíduo que
começa a tomar remédio para a HA, vai ter que continuar o resto da vida.
Pergunta: Qual a diferença da raça negra em relação a ...?
Resposta: Os negros tem mais a nível muscular, fibras de contração lenta. É um
indivíduo mais adaptado para atividades aeróbicas, isotônicas, tipo correr. Eles
também apresentam uma maior vascularização. Geneticamente eles tem maior tendência de
fazerem HA maligna (tipo de HA que não responde a nada e quanto maior o aumento de PA que
o organismo é submetido, menor é a expectativa de vida, porque a HA ela não é tão
inócua, ela lesa órgãos, como o cérebro, rins, olho) que a raça branca.
Fisiopatogenia da HA:
Hoje em dia se sabe que a HA é resultante de alterações metabólicas, alterações neuro-humorais e alterações tróficas a nível de coração e vasos. Hoje já se sabe que os vasos sofrem uma remodelação. Se você começa a treinar o seu músculo esquelético ocorre uma hipertrofia. O vaso responde do mesmo jeito. Quanto maior o nível de pressão, maior a hipertrofia da musculatura lisa, o que acarreta na redução da luz vascular. Isso é um fenômeno de retroalimentação positiva, quanto maior a hipertrofia, menor é o raio e quanto menor o raio, maior é a resistência e quanto maior a resistência, maior a pressão. Isso repercute no coração, porque ele começa a se hipertrofiar para tentar manter até o ponto que ele não agüenta mais e começa a dilatar e aí entra na fase de hipocontratilidade (como na insuficiência cardíaca grave). O coração começa a não trabalhar.
Fatores de risco para a HA:
- Tabagismo
- Dislipidemias: São alterações no metabolismo das gorduras.
- Diabete melito: Patologia relacionada a diminuição ou não produção de insulina. O
diabético geralmente pulsa com HA.
- Idade acima de 60 anos
- Prevalência nos homens e nas mulheres menopausadas: Mas isso está mudando.
- História familiar de doença cardíaca
- Mulheres com menos de 65 anos
- Homens com menos de 55 anos
Quando você vai ler a história do paciente, se ele tiver um ou dois desses itens ele é um indivíduo que tem uma maior predisposição que um indivíduo que não os apresenta. A diabetes é uma alteração metabólica endógena, ela altera a reatividade dos vasos, contratilidade(??) do coração, o que predispõe a HA.