Distúrbios Circulatórios

 

Hiperemia passiva

1.Conceito: Alteração no retorno venoso.

2.Origem: Pode ser localizada ou central.

3.Causas: 3.1.Causas localizadas: # Ação da gravidade sobre a coluna sangüínea: para se Ter um retorno venoso das extremidades são necessários alguns mecanismos que facilitem esse retorno (a bomba muscular esquelética, as válvulas venosas, etc), qdo se tem interferência nesses mecanismos a ação da gravidade vai ser fazer mais importante e o sangue vai se acumular, esse retorno fica prejudicado se aumenta a pressão venosa, dilata-se as veias, causando incompetência das válvulas. Isso explica a hiperemia passiva dos indivíduos que tem varizes. #Compressão extrínseca: pode ser causada por um aparelho de gesso mal adaptado (causando inchaço, devido a compressão venosa), um tumor, o útero na gravidez (o útero gravídico comprimindo as veias pélvicas e dificultando o retorno venoso). #Obstrução intrínseca: obstrução na própria veia. A solidificação do sangue na veia (trombose). #Fístulas arterio-venosas: comunicação anormal entre uma artéria e uma veia. Nesse caso o sangue vai passar p/ o leito venoso por diferença de pressão e se instalará uma hiperemia passiva. 3.2. Causas centrais: São problemas q/ ocorrem no coração e dificultam o retorno. #Comprometimento da câmara esquerda: o aumento da pressão atrial dificulta o retorno venoso, nesse caso, o retorno pulmonar. Logo o débito não vai ser mantido e ocorre Hiperemia passiva pulmonar.

OBS: Se tiver enfarto do miocárdio, doença crônica do miocárdio, alteração na válvula mitral, alteração na válvula aortica, aumento da pressão arterial vão fazer com que de início o coração se contraia com mais força, no entanto, chega um ponto em que não é mais possível compensar e o coração se torna insuficiente, deixa de bombear e dificulta o retorno. Qualquer problema que leve a Insuficiência Cardíaca Congestiva esquerda (mau funcionamento do coração) vai se Ter hiperemia passiva pulmonar.

OBS: Qto mais desenvolvida essa insuficiência cardíaca o indivíduo começa a cansar ao menor esforço, ocorre dispnéia.

#Comprometimento da câmara direita: A Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) direita vai dificultar o retorno pelas veias cavas, Hiperemia passiva sistêmica, repercutindo no fígado, no baço, membros (inchaço nas pernas), dentre outros.

OBS: A ICC pode ser direita, esquerda e global. Caso se tenha uma ICC global, já que o coração é um circuito único qdo uma câmara for prejudicada vai repercutir nas outras, vai haver hiperemia passiva pulmonar e sistêmica.

4.Consequências: #Edema: a dificuldade de retorno é transmitida ao leito capilar ocorre aumento da pressão hidrostática (Ph), ocorrendo uma maior filtração. #Hemorragia: devido ao aumento da Ph pode ocorrer ruptura do capilar, hemorragia, que pode ser tb por diapedese (passagem passiva de hemácias através do endotélio). #Proliferação fibroblástica: mecanismo ainda não conhecido, mas sempre que há hiperemia ocorre um estímulo a proliferação, ocorrendo endurecimento da área ou órgão por conta da fibrose. #Hipóxia (mais importante):determina lesão celular que pode ser reversível do tipo degenerativa (há possibilidade de recuperação) ou morte celular ( necrose). #Trombose: (é causa e conseqüência) numa área que se tem hiperemia passiva e sangue estaguinado há uma facilitação p/ sua solidificação. #Enfarte hemorrágico: ocorre pq há a necrose do tecido, os vasos são destruídos .

Exemplificando: num indivíduo com varizes de membro inferior de longo tempo (Hiperemia passiva de membro inferior), ocorre focos de hemorragia, manchas parda ( devido ao depósito de hemociderina), no subcutâneo ocorre proliferação de fibroblastos, a hipóxia vai levar a ulcerações que não cicatrizam facilmente.

5.Morfologia: #Nas fases iniciais ocorre um aumento de volume, a cápsula do órgão vai estar tensa (devido ao aumento da quantidade de sangue). #coloração aroxeada. #endurecimento do órgão #necrose

OBS: só ocorrerá esses dois últimos se a hiperemia perdurar por mais tempo.

6.Consequências da hiperemia passiva crônica de longa duração nos órgãos :

PULMÃO: #Microscopia: Os capilares dos septos alveolares vão estar muito dilatados e cheios de hemácias. O aumento da Ph pode fazer com que ocorra saída de hemácias do capilar para a luz alveolar seram lesadas e se formará um pigmento denominado hemossiderina. Os macrófagos alveolares iram fagocitar esse pigmento, o citoplasma desse macrófago ficará cheio de um pigmento castanho (essas células encontradas dentro dos alvéolos, onde não deveria haver célula nenhuma, seram denominadas de céls. do vício cardíaco). Pode ocorrer tb acúmulo de líquido dentro do alvéolo. Com a cronificação, nos septos alveolares começa a proliferar fibroblastos , os septos vão ficar espessados, isso irá dificultar as trocas gasosas.

#Macroscopia: aumento de volume, diminuição da creptação (deslocamento do ar), isso ocorre devido a presença de liquido, menos ar e edema no pulmão. Ao seccionar o pulmão, drena-se uma quantidade exagerada de sangue, liquido e ar, que dá uma aspecto espumoso (liquido espumoso rosa). Com o passar do tempo devido a fibrose tem-se um endurecimento do pulmão.

OBS: A hiperemia passiva é condicionada pelo aumento da Ph, sofre a ação da gravidade, assim, as alterações mais importantes ocorrem inicialmente na base pulmonar. Depois de maneira difusa se propaga.

FÍGADO: #Macroscopia: ocorre um aumento do volume, ele passa a ser palpável e doloroso, pq o acúmulo de sangue, o edema, distende a cápsula (hepatomegalia). Adquire coloração aroxeada.

#Microscopia: os sinusóides próximos a veia centrolobular ficam dilatados e cheios de hemácias. Os hepatócitos começam a sofrer hipóxia. Ocorre uma alteração denominada esteatose (as céls. passam a acumular lipídios, pela redução de seu metabolismo).O fígado é denominado fígado em noz-moscada ou fígado cardíaco (devido a região em torno da veia centrolobular se encontrar avermelhada, enquanto a periferia fica amarelada).

OBS: os hepatócitos sofrem necrose, e são substituídos por fibrose, o endurecimento do fígado é por conta dessa fibrose.

BAÇO: Na esquitossomose ou cirrose, o baço está aumentado de volume (esplenomegalia), ocorre devido a dificuldade de drenagem portal, hipertensão portal, essa leva a hiperemia do baço.

#Macroscopia: o baço fica muitas vezes aumentado de volume, a cápsula fica tensa. Quando seccionado se drena uma quantidade muito grande de sangue.

#Microscopia: Sinusóides totalmente dilatados.

OBS: chama-se Esplenomegalia esclero-congestiva (quando se tem fibrose). Esplenomegalia congestiva (qdo não se tem fibrose).

OBS: Para ocorrer a obstrução numa veia e causar hiperemia passiva é necessário que não se tenha outra via de retorno.

OBS: Sempre que se tem hiperemia passiva e dificuldade na drenagem venosa, o sangue tenta buscar outros canais colaterais de retorno, que podem levar a formação de varizes.

OBS: Existe uma comunicação do sistema porta com a mucosa esofágica através das veias ázigos. O paciente com hipertensão portal, ele tem hiperemia passiva e a busca de retorno leva ao desenvolvimento de circulações colaterais. Ocorre a formação de varizes, varizes do esôfago (dilatações venosas na submucosa do esôfago) e essas podem romper e levar a uma hemorragia e a morte.

ISQUEMIA

1.Conceito: É a diminuição do suprimento sangüíneo a um determinado órgão ou região. Está recebendo menos sangue que o necessário para sua função.

2.Causas: #Vasoconstricção espástica: no caso de angina por VC das coronárias . #Aterosclerose: doença da camada íntima da artéria, é uma doença progressiva, ocorrendo diminuição da luz da artéria, devido a deposição de lipídios na íntima e proliferação de fibras musculares lisas. Vai se formando um estreitamento chamado placa ateromatosa ou ateroma. #Trombose #Compressão extrínseca #Embolia #Arterite

3.Consequências: Suas conseqüências dependerão do grau de obstrução da artéria e velocidade de instalação do processo (se for gradual pode ocorrer um adaptação do tecido a um menor aporte de oxigênio e nutrientes), do tipo de circulação (caso haja uma circulação colateral eficiente, o local afetado pela obstrução arterial sofrerá pouco ou nada), da vulnerabilidade do tecido à hipóxia (o tecido cerebral, por ser muito sensível, sofre mais). Dessa forma, a isquemia poderá levar a alterações celulares reversíveis (lesão celular), necrose, podendo Ter uma condição intermediária, adaptação da célula (hipotrofia).

OBS: Tipos de circulação: -Terminal (no rim e baço) : a isquemia leva a necrose. -Dupla (fígado e pulmão). -Colateral : pode se desenvolver e não é funcional.